Artigos

• 13/02/2008CPI dos Cartões exclui os 'deputados barulhentos'Do modo como foi formulado pelo PSDB e aceito pelo governo, o pedido de CPI dos Cartões exclui de sua composição os deputados de legendas pequenas. Ficam de fora, por exemplo, o PV de Fernando Gabeira (RJ), o PSOL de Chico Alencar (RJ), o PPS de Raul Jungmann (PE) e o PSB de Luiza Erundina.

• 12/02/2008O tudo dá em nadaTecnicamente, CPIs são para apurar "fatos determinados". Politicamente, quando a onda vem, a rede pesca tudo. Quanto maior e mais disseminado for esse "tudo", maiores as chances de dar em nada. Melhor para Lula, melhor para eles todos, governo e oposição.

• 11/02/2008A verdade está nos gastos miúdosWinston Churchill, quando primeiro-ministro da Inglaterra, em plena guerra, dizia que era muito mais fácil aprovar despesas enormes do que gastos miúdos. Não se trata de picuinha nem de mesquinharia, mas de noção do tamanho de despesa.

• 08/02/2008Segurança nacional?!Os argumentos usados pelo governo Lula para defender-se no 'escândalo dos cartões' - que adquire dimensões antes insuspeitadas, com a divulgação diária de novos abusos - revelam, para dizer o menos, a baixa avaliação que muitos integrantes da cúpula governamental fazem da capacidade crítica (para não dizer da inteligência) dos brasileiros.

• 07/02/2008Cinzas no CongressoEM PLENA Quarta-Feira de Cinzas, uma sessão solene abriu o ano legislativo no Congresso Nacional. É como se um espírito de austeridade e urgência tivesse orientado a escolha da data. Mas tudo indica, infelizmente, que a simbologia do calendário não terá conseqüências práticas sobre a produtividade parlamentar.

• 06/02/2008Começa coleta de assinaturas para CPI dos cartõesO governo arregaçou as mangas, desde a semana passada, para tentar brecar a nova CPI. Para a tropa governista, a nova CPI vem a calhar. Chega num instante em que as legendas associadas ao consórcio lulista voltam a bater à porta do Planalto para exigir cargos.

• 06/02/2008 - Atualizado em 03/02/2008Barrigas cheias, cabeças vaziasA política social do governo Lula é inspirada por um distributivismo unilateral. Dá-se o peixe a multidões crescentes. E o anzol é esquecido. Forma-se na base do edifício da cidadania uma argamassa frouxa, inconsistente.

• 01/02/2008Casa arrombadaAs novas restrições aos saques em espécie dos cartões corporativos, embora imprescindíveis, não garantem a lisura do uso. Ficará também a impressão de que as novas restrições anunciadas ontem são apenas um lenitivo destinado, não a apresentar uma solução de fato, mas a dar uma satisfação por enquanto insatisfatória.

• 31/01/2008O velho truque da investigaçãoA iniciativa dos ministros suspeitos por uso irregular dos cartões de crédito corporativos de pedir investigação à Controladoria-Geral da União recende a truque. A partir de agora, repetirão a quem lhes pergunte: 'Não temos nada a temer, pedimos para ser investigados.' Ademais, o problema não é político. É caso de polícia.

• 30/01/2008A reforma, de novoO governo promete enviar ao Congresso na Quaresma, logo depois do carnaval, seu novo projeto de reforma tributária. Mais necessária do que nunca, essa reforma, no entanto, continua altamente improvável e nem a ministra Rousseff parece muito esperançosa de vê-la aprovada.

• 29/01/2008Ética Pública ladeira abaixoAquilo que se temia aconteceu: a Comissão de Ética Pública da Presidência da República está sendo inteiramente desautorizada. E caem por terra os esforços para moralizar o comportamento das altas autoridades públicas brasileiras. O problema é que o desprezo se alastra pelo governo.

• 28/01/2008Cartões públicosSERVIDORES públicos titulares dos cobiçados cartões de crédito corporativos efetuaram despesas em lojas de instrumentos musicais, clínica veterinária, ótica, choperias, joalheria e até em um free shop. O que parece inegável é que a utilização de cartões no lugar das chamadas contas tipo B amplia em vez de reduzir a transparência na administração pública.

• 25/01/2008'Il Gattopardo' em versão republicanaImplantar as raízes da democracia na sociedade e estabilizar relações de mercado são tarefas de longo prazo. Mais ainda numa sociedade como a nossa, extremamente desigual, com instituições democráticas em vias de consolidação, em que a experiência de cidadania é limitada e garantias dos direitos são deficitárias.

• 24/01/2008Poder de cooptaçãoUma reportagem revelou quanto gastam em propaganda a Prefeitura Municipal, o governo do Estado e o governo federal. A grandeza dos números traduz o potencial de influência do poder público dentro do mercado anunciante e alerta para a gravidade da situação.

• 23/01/2008A complacência da sociedade chega ao limiteBrasileiro paga imposto sem reclamar. Entregamos ao estado 38% do PIB na forma de tributos e recebemos em troca serviços públicos de baixa qualidade. Arrecadar aqui é um bom negócio para o estado: cobra-se imposto de primeiro mundo e devolve-se com serviço de terceiro.

• 22/01/2008Congresso reduz estimativa de corte para R$ 17 biCaiu de R$ 20 bilhões para cerca de R$ 17 bilhões a previsão de cortes que a Comissão de Orçamento planeja fazer nas despesas do governo para 2008. Seja como for, o peso dos cortes seria atenuado enormemente se os congressistas, numa homenagem ao bom-senso, concordassem em abrir mão de todas as emendas que apresentaram ao Orçamento.

• 21/01/2008Lobão e Lobinho - o colapso da políticaAs aventuras de Lobão e Lobinho ilustram bem as fragilidades do sistema político brasileiro. Aliás, fragilidade é uma palavra fraca. O sistema político brasileiro faliu. O presidente da República (qualquer um) é eterno refém de um modelo de relacionamento com a classe política, que funciona à base da negociação de varejo.

• 18/01/2008O roubo e o progressoNo mundo todo, 900 milhões de pessoas acham que os políticos são desonestos. Chocante, embora não propriamente uma grande novidade. O que mais incomoda é que ainda não se inventou outra maneira de intermediação entre Estado e sociedade que não seja a política. Se os seus agentes não são confiáveis, tem-se um buraco institucional gravíssimo.

• 17/01/2008Posse de Lobão inaugura luta PT X PMDB por cargosLonge de pacificar, a nomeação de Edison Lobão para o ministério das Minas e Energia acendeu uma disputa entre os dois maiores sócios majoritários do consórcio governista: PMDB e PT. Essa briga promete. Será uma luta curiosa. Os partidos entrarão com os punhos. O contribuinte, com a cara. Ou, por outra, com o bolso.

• 16/01/2008Agenda legislativa de curto-prazo do governo e sua chance de aprovaçãoQuando o Congresso Nacional retomar suas atividades pra valer, a partir de 11 de fevereiro, o governo terá que garantir a aprovação de três assuntos prioritários de sua agenda legislativa.